quinta-feira, 30 de outubro de 2008


Impressões – II


(Mário Liz)

Nasci pra pintar o Sete. Maquiar Maquiavel. Maquinar o Menestrel da minha alma. Calma que não é só isso: Nasci disso e daquilo. Daquela e Daquele. Do colo da mamãe. Dos calos de papai. E não me poupei da poesia. Ou do passo vidente. Não contive meus dentes na tua carne que mordi. Marquei a tua pele. A tua prole. Mas Eu do meu Ser ainda sou mais. Tem dias que me faço um porto seguro. Tem dias que me curo. Tem dias que sou caro demais. Demarco minhas terras com meu cheiro. Tem dias que me beiro. N'outros vou longe, não olho pra trás. Olho através. Atravesso os avessos. Aí me calo, num lampejo de paz. Mas paz que é paz em mim dura pouco. Sou laico e louco: levo a letra que me refaz. Mergulho em paixões passageiras. Passam juras, passam peças de paixão. A paixão me toma. Ela torna a me queimar. Com Sal-Mar, Doce-Rio. Do Céu-Raio faço nuvem branca. Eu nasci pra cansar a dor que me toca... e por vezes me alcança. Nasci denso como quem canta. Nasci canto como quem dança. Nasci do canto, no canto do olhar. Bem no cantinho da parede. Já brinquei com a fome e com a sede do meu coração. Dei piruetas em gordos pulos. Voei com avental de cozinha. Super Pateta. Sem camisa, descalço. Nu em carne-peito-flor-exposta. Tão gesto como quem rege. Tão riso como quem gosta. Gosto do jeito da noite. Das luzes da noite. Dos laços da noite. Denoto quase nunca. Conoto com febre e caneta. Com notas musicais. Meu Cais que tudo sente. Que tudo sinto. Que livre minto. Que livremente.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Moinho de Dentro

Menos dramático que o normal. Menos normático. Menos formal. Mais poeta e menos outra coisa. Qualquer coisa. Mais noite do que dia. Menos prosa, mais poesia. Metade de toda a minha alegria. A outra metade aqui nesse verso. Sempre intenso demais da conta. Sempre canto os amores que penso. Sempre passo liso nas pedras. Equilibrista-de-Rua. Cantador do que a alma avista. Contestador da palavra imposta. Sempre grito se o que vem pra doer silencia. Sempre ceio se o som de se dar cala a fome. Sempre mordo meus vícios no calor que me veste por dentro. Sempre centro meus dias nos sonhos que me fazem morrer e nascer. Porque morrer e nascer é a luz de brotar dia a dia. Porque adiar é latejar uma dor atrelada ao tempo. Porque o tempo é o moinho da vida. Porque a vida É. E isso me basta. Porque não há verdades castas de mentiras. E nem mentiras sem meias verdades. Porque ver os dados é tudo que minha alma deseja. Porque se lançar é a razão, se lançar é a beleza. É tomar a baliza nas mãos. E bailar pelos palcos. E descobrir novos rostos. Porque se lançar é rastrear uma folha que dança no vento. Porque ventar é o movimento do mundo. E eu sou o vento. Eu sou o mundo. Eu estou em mim.

- Mário Liz -

Quem sou eu

Minha foto
Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).