Ver de Verde

(Mário Liz)

Quero verde. Ver de livro aberto toda alma. Ver de alma aberta todo livro. Verde amarelo a bandeira. Ver de vermelho a paixão. Verde-esperança o chão da nossa vida. Ver de vida a cinza desse chão. Ver devida a causa e o efeito. Ver de peito nu toda canção. Ver de jeito algum o caos que grita. Ver de infinita a tarde, a noite: dois em um. Quero verde o caminho e flores nas beiradas. Quero verde. Ver de surpresa, ver deflorada minha angústia. Ver de floradas os jardins. Ver de tão perto meus olhos. Teus olhos. Verde sempre. Ver dentro de mim.

Outro Passinho

(Mário liz)


De passinho em passinho

No Céu Lado mais lindo

No meu amor ao Céu Lado

Lado B, Lado A

Alado

Passinhos

(Mário Liz)

No verso pequeno o triste nem existe.
O triste faz-de-conta.
E o que existe faz-de-fato.
No verso pequeno a dor se vai no esparadrapo.
E tudo se fecha n’outro dia:
O corte da pele pela alma
E alma se abre pela pele: numa pele almada.
Pele pelada, livro aberto.
O mais belo aborto do coração.
Tão miúdo o versinho...

a engatinhar pelo chão

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