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Isso de dizer: “te amo tanto que até dói”, existe e não existe. Existe porque é
lugar-comum: se desprende da boca, todo mundo diz. Não existe, porque amar não dói. O que dói é querer em mão única; e o que não é par não é amor. Amor é par, tem 4 letras. Quatro letras tem 12 letras e também é par. Então amar tem aquela coisa de moleque: eu tenho porque recebo. Amar é bumerangue...
Parece sangue, mas é sangue só em cor. Parece cor, mas brilha sem o sol. Parece sol... e com ele se confunde. Talvez seja o Sol que esteja Dele mais perto. Ou quem sabe seja Ele que quando se faz a voar... vai pra perto do sol. Eu fico aqui com meu rol hipóteses e só consigo decifrar que... o amor é dois. Dois pra lá, dois pra cá, que nem valsa...
(Mário Liz)