26
26 carnavais. 26 primaveras. 26 anos entre dentes e flores. Há feridas e poemas que brotam na lembrança. São amores de dias menores. Dias menores e grandes amores. Noites que não quero esquecer. E em todas primaveras houve um dedo de inverno. Houve o frio enfermo que se fez tristeza, que se fez poesia. E houve tardes de outono e folhas secas e galhos secos e palavras secas que se perderam no vento. E houve calor, verão que os olhos viram e se viraram e se deram à luz do imenso calor. E houve pavor e morte. O certo da morte em 26 carnavais. Bons amigos, uns de fé, outros de sangue. Muitos se foram. E hoje são flores. E também os meus olhos se firmaram entre fotos e dores. Vi as torres ruírem. Vi o Muro se perder em Berlin. Vi o oriente médio se tornar pequeno ante a morte e tive a sorte de nascer na América do Sul. Tive no azul do céu e já corri o mundo. Mas em tudo sempre tive a fundo. Sempre amando, sempre entre dentes. Atado em correntes ou simplesmente livre. Livremente simples. Com a buzina do Velho Guerreiro. Com o cheiro do verde. Esperança. Chico Mendes. Chico Buarque. Chico Anízio. Chico meu pai. Mário meu avô. E por onde quer que eu vá haverá uma parte de mim. Assim como há uma parte de mim em cada primavera vivida. Em cada partida. Em cada florada. Em cada levada de samba. Em cada pegada de rock. Eu sou alguém que dá trotes na vida. E na bagagem há pouca cinza nos 26 carnavais. No mais, são 26 aquarelas. E 26 portas. Umas abertas, outras nem tanto. Mas ainda para as portas fechadas há acalanto. Acalanto bem perto delas. São 26 portas e um quase-infinito de tantas janelas.
Mário Liz
26 carnavais. 26 primaveras. 26 anos entre dentes e flores. Há feridas e poemas que brotam na lembrança. São amores de dias menores. Dias menores e grandes amores. Noites que não quero esquecer. E em todas primaveras houve um dedo de inverno. Houve o frio enfermo que se fez tristeza, que se fez poesia. E houve tardes de outono e folhas secas e galhos secos e palavras secas que se perderam no vento. E houve calor, verão que os olhos viram e se viraram e se deram à luz do imenso calor. E houve pavor e morte. O certo da morte em 26 carnavais. Bons amigos, uns de fé, outros de sangue. Muitos se foram. E hoje são flores. E também os meus olhos se firmaram entre fotos e dores. Vi as torres ruírem. Vi o Muro se perder em Berlin. Vi o oriente médio se tornar pequeno ante a morte e tive a sorte de nascer na América do Sul. Tive no azul do céu e já corri o mundo. Mas em tudo sempre tive a fundo. Sempre amando, sempre entre dentes. Atado em correntes ou simplesmente livre. Livremente simples. Com a buzina do Velho Guerreiro. Com o cheiro do verde. Esperança. Chico Mendes. Chico Buarque. Chico Anízio. Chico meu pai. Mário meu avô. E por onde quer que eu vá haverá uma parte de mim. Assim como há uma parte de mim em cada primavera vivida. Em cada partida. Em cada florada. Em cada levada de samba. Em cada pegada de rock. Eu sou alguém que dá trotes na vida. E na bagagem há pouca cinza nos 26 carnavais. No mais, são 26 aquarelas. E 26 portas. Umas abertas, outras nem tanto. Mas ainda para as portas fechadas há acalanto. Acalanto bem perto delas. São 26 portas e um quase-infinito de tantas janelas.
Mário Liz
3 comentários:
Que inveja dessa descrição de vida...rs
...Uma bela e bem resumida idéia dos teus 26...rs!!
"E por onde quer que eu vá haverá uma parte de mim." Com certeza... ^^
Beijus
E que venham outras primaveras, outonos,invernos e verão o quanto vale a pena florescer...Carinho meu e gratidão a ti grande poeta.
Bj
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