domingo, 31 de maio de 2009

poema de perto


poema de perto


(mário liz)


loucura na cara é beleza que cura a tristeza mais pura. vergonha na cara só mesmo a vergonha de quem vive e não sonha. a gente sonha loucuras e o caro da vida é um grande barato. o que preciso está no tato, paladar, visão, audição e olfato. de fato se sonho, tudo vem em dobro: ouço cochichos. salgo o salobro. sinto o cheiro, corro, vejo e toco seu corpo. quero o nicho pra perto de mim. ao redor, há milhares do melhor. há mulheres mil em uma que amo. há o bem que tinha. bem-te-vi. bem que terei. eu sei, eu sei... o longe é belo. mas o longe é longe e o que não está perto (soa como deserto). eu quero a loucura bem perto dos olhos. face a face o charme ... de loucurar-me
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

Camaleonina


Camaleonina

(Mário Liz)

hoje não tem nada, amor: não tem aula, não tem gente, não tem nada mesmo. hoje é um dia desses “de nada”. por isso antes é preciso que se diga obrigado (seja lá a quem for). eu costumo agradecer à minha tristeza, pois ela não é apenas triste – ela existe e tem filhotinhos. a felicidade que sinto é talvez a filha do meio da minha tristeza. a filha desgarrada que pouco fica em casa... que sempre sai pra ver as caras do mundo. eu até já mandei um desses pombos mensageiros levar um bilhete gritado, com os dizeres de: “volta pra casa, menina!.” tolice... quem tem asas, não tem lar. quem espera a felicidade, olha pro céu mas vê o mar (a ver navios). e é lá, naquele horizonte onde o veleiro se perde, que a felicidade se encontra. um horizonte laranja e essa menina... camaleonina...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Hoje, aqui ...


Hoje, aqui...

Para Sayuri

(Mário Liz)

você está aqui mesmo quando não está aqui.
e quando está aqui, está aqui duas vezes:
às vezes no meu coração, outras vezes também.
às vezes nem fico mais em mim, se fico assim sem você.
às vezes vejo seu olhar a ilhar minha vida.
às vezes vejo seus olhos em tudo que a alma vê.
é tudo sempre mais dia se você não me adia a visita.
se você vem, a palavra tropica, mas tudo é poema.
“eu amo você”,
vem quase que num fonema: uma palavra só,
que não me deixa só.
solidão é coisa de ontem, e hoje,
Sou Hoje.
hoje eu sou com você.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Cara que vê o Tempo



O Cara que vê o Tempo...


(Mário Liz)


O cara que faz poesia é um cara legal. Ele é meio esquisito, barba por fazer, mas é um cara legal. Tem vezes que ele ri demais. Parece anormal. Anormático. O cara sai dos trilhos, vive sem normas. Vive como se deve viver, sem querer se valer do que não é do coração. E é razoável que ele viva assim, sem medo de se perder. Aquele olhar... acho que sempre foi meio perdido. Pendurado num tempo que só ele vê. Um tempo que ele vê diferente. Sei lá como ele vê o tempo... mas ele o vê. Eu não. Já tentei ver o tempo e fiquei com os olhos cheios de areia. Isso de querer ver o tempo me faz chorar. Só mesmo o cara esquisito que faz poesia vê o tempo e não chora. Acho que a hora passa por dentro dele e se perde naquele coração, que é tão grande. E tudo que está no coração é fácil de se ver. Eu mesmo, que não sou lá dos mais sensíveis, com um pouco de vinho e outro pouco de emoção, logo vejo em cara e encaro o meu coração. E trafego no silêncio do peito, que me diz tantas coisas. E eu me descubro quando fuço ali. Do mesmo jeito que o cara que faz poesia se descobre quando vê o tempo dentro de si. Eu fico aqui a me dizer com meus botões de madeira e penso que deve ser um tanto dolorido ter o tempo no peito. O tempo todo. Essa coisa infinita e onipresente. Eu bem que tento imaginar, mas é muito pra mim. Quando eu for poeta de verdade, não irei buscar o tempo. Ver o tempo deve ser quase como ver a morte. E eu não vejo a morte, apenas a espio. Afinal de contas, quando a gente dorme, a gente sempre morre um pouquinho...

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).