domingo, 21 de novembro de 2010

Poema do Contra





nem tudo que escrevo é dia. nem tudo que ouso é risco. nem tudo que choro é cisco. nem tudo que ergo é queda. nem tudo que é um é cada. nem tudo que subo, escada. nem tudo que penso, existo. nem todo suor, exausto. nem todo meu goethe, fausto. nem toda maré tá pra peixe. nem tudo que é luz é feixe. nem tudo que é faixa é gaza. nem toda porção é rasa. nem tudo que é flor é rosa. nem tudo que ri me zomba. nem tudo que explode, bomba. nem tudo que esbarra, tromba. nem tudo que vejo, brilha. nem todo fernando é ilha. nem toda pessoa, fernando. nem tudo que colho é lírio. nem todo meu arco é íris. nem todo meu barco pesca. nem tudo que é gozo é festa. nem tudo que como, farto. nem tudo que amo é quarto. nem tudo que chuto é bola. nem tudo que leio é bula. nem tudo que trago, fuma. nem todo deserto é duna. nem toda tristeza é só. nem todo meu laço, nó. nem todo meu grito ecoa. nem tudo se vende à toa. nem toda beleza é tua. nem toda nudez é crua. nem tudo que gela é frio. nem todo esse sangue, cio. nem tudo que corta é faca. nem mesmo o que crava estaca. nem tudo que estica é flácido. nem todo meu ódio, ácido. nem todas as margens, plácidas. nem todos os três, tenores. nem todos atores, ateus. nem tudo que cura é deus. nem tudo que diz é fala. nem toda bagagem, mala. nem tudo do prato, como. nem tudo que é homo é hétero. nem tudo que é hétero, gênio. nem tudo que é homo, sapiens. nem tudo que é sapo pula. nem tudo que sinto, adula. nem tudo que é bob, dylan. nem tudo respeita a fila. nem tudo que é fogo, péla. nem tudo que soca, pila. nem todo remédio, ampola. nem tudo que mato, morre. nem tudo que corre, foge. nem toda essa porta, entre. nem tudo que é hoje é sempre.

(mário liz)

terça-feira, 16 de novembro de 2010



quero você. e você. e você. e saibam: há mais poesia na minha saudade que na saudade de todas as pessoas. há mais vento em minha tempestade pois há menos tempo em mim. meu dia é um sopro. minha noite, um estalo. não me calo pra dormir. a dor não vai se dirimir num sono. nem vai me acenar se for embora. e isso faz do meu tempo a metade de um agora. ou menos que isso : o intervalo entre o chão e o precipício. a queda de peito aberto. meus cacos. meus trecos. e essa vontade quasETERNA de nunca mais me encontrar...

(mário liz)

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).