em tempos de cólera, manter-se calado é uma blindagem. e se a boca espumar, simplesmente apague a prosa, o verso, a canção... e se recolha. deixe a verborragia fluir apenas nos sentimentos que não tenham cerdas. o resto é hemorragia: o movimento desordenado do sangue. palavras tem esse peso... e para cada verbo de cicatrização há outros mil ecoando mágoas... uma câmara de eco com cheiro de câmara de gás.
(mário liz)