menino-da-poesia-sem-dente
mário liz
menino-da-poesia-sem-dente, é tempo de morder. toma um canino emprestado. devora esta carne. come com impulso e sem impasse. come como se não soubesses onde o corpo começa. onde a alma termina. olha os campos minados. te joga. roga um risco de sorte a deus. e se a vida explodir, deixa a carne queimar. deixa a pele virar cinza. a cinza virar chão. o chão virar carvão. e o carvão curvar ao fogo. deixa o fogo brilhar. consumir com seu mar de chamas. consumar o que chamas de desespero. a dança da luz. da dor. andança destes medos. deixa a brandura de lado. grava teus versos com sangue. com sede. com fome. com 5 sentidos. contato. teus filhos nascidos precisam ver. há algo em ti inteiro a pulsar. há um todo em ressaca de mar. deixa o sal corroer. deixa o vento carpir. deixa, carinhosamente, a vida arrombar tua porta.
mário liz
menino-da-poesia-sem-dente, é tempo de morder. toma um canino emprestado. devora esta carne. come com impulso e sem impasse. come como se não soubesses onde o corpo começa. onde a alma termina. olha os campos minados. te joga. roga um risco de sorte a deus. e se a vida explodir, deixa a carne queimar. deixa a pele virar cinza. a cinza virar chão. o chão virar carvão. e o carvão curvar ao fogo. deixa o fogo brilhar. consumir com seu mar de chamas. consumar o que chamas de desespero. a dança da luz. da dor. andança destes medos. deixa a brandura de lado. grava teus versos com sangue. com sede. com fome. com 5 sentidos. contato. teus filhos nascidos precisam ver. há algo em ti inteiro a pulsar. há um todo em ressaca de mar. deixa o sal corroer. deixa o vento carpir. deixa, carinhosamente, a vida arrombar tua porta.