terça-feira, 29 de setembro de 2009

para depois que me plantarem ...



para depois que me plantarem...

mário liz

quando eu morrer, deixem um recado no meu orkut, pra todo mundo saber que eu fui um cara legal (ou mais legal do que eu realmente fui). escrevam que *eu fui poeta, sonhei e amei na vida. citem drummond, leminsk, maiakovski, renato russo, byron, goethe, vinícius, chico... e caso eu realmente vá para o inferno, citem raul, paulo coelho e teatro mágico (porque junto comigo irão as boas intenções de vocês).
criem comunidades pra mim, me transformem em um morto pop. compilem meus poemas, mandem minhas frases em recados virtuais, cantem minhas músicas, façam músicas pra mim...
quando completar um ano, cantem parabéns. façam um bolo, assoprem as velas (este texto vale como procuração, assoprem-nas por mim). escrevam minha biografia e escrevam também a minha biografia não-autorizada (ambas já têm o meu aval).
façam um vinho tinto com meu nome, um vinho encorpado... preferencialmente cabernet e façam um menu com meu nome, desde que não seja vegetariano (porque de mato a minha boca já vai estar cheia).
inventem mitos, lendas urbanas. digam que fui um alcoólatra e que me droguei diariamente por 15 anos da minha vida. escrevam em tablóides que fui um boêmio incorrigível, amante dos puteiros, neto da noite, filho da madrugada.
falem dos meus amores, falem de sexo, digam que fui um insaciável e que mulher alguma jamais reclamou de mim. falem do meu membro, digam que era acima da média, deliciosamente fora dos parâmetros... uma peça de inigualável prazer.
encontrem meu sêmen num banco de “dados” e disseminem meu legado nos 4 cantos do mundo. mas se a minha porra estiver cara, me dêem ao menos filhos ideológicos que pensem como eu, que falem como eu e que se portem como eu.
sejam o meu espelho, a minha fragrância e a minha inconstância. sejam e estejam por mim (me imitem, me declamem, me derramem...)

- é, amigo ... dói demais a certeza de saber que um dia seremos esquecidos.


* Incidental, Álvares de Azevedo.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009




Viviane Pires foi a personificação do Rosa ... qualquer amigo ou conhecido próximo também o diria sem dificuldade alguma. Ela se foi na última sexta (25/09/2009), prematuramente, e deixou um legado de grandes amigos e uma alegria massiva e contagiante. O poema é triste - e não haveria como não ser. Por mais que Ela (a Rosa, a Vivi, a Paquitona) tenha sido alegre ... meu coração não é nobre o bastante para descrevê-la. Então descrevo aqui o meu sentimento (que é de uma tristeza profunda).








Quem sabe alguém a descreva ... com a poesia e o exagero-bom que ela merece. Fica aqui o desafio e o meu poema ...



"uma tarde tão bela, sol desgarrado, céu sem nuvem.
mas Ela se foi, Noiva, mal tinha passado pelo Capítulo Um.
aí a boca pergunta à alma. – de que valeu tanto sol? –
se a tristeza veio sem morfina e sem calma...
em sinfonia bemol.
e agora, no rol de cores, haverá uma
(ou mais uma em meio a tantas) tingidas pelo certo da vida.
é o Rosa, que, nessa tarde tão linda,
nunca esteve tão cinza."






Mário Liz








Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).