terça-feira, 5 de janeiro de 2010

(já?)neiro.



amigos leitores,

eu não costumo colocar "off" em minhas postagens. Acho que em toda história do meiomarmeiorio devo tê-lo feito umas duas vezes. Mas é que esta, em especial, merece uma colocação: a questão da "prostituta em seu lapso de santa". Agradeço à leitora e escritora Danielle, por criar o conto que em seu blog subdivide-se em: Uma dose de Humanidade e Lágrimas de Sangue, porque minha inquietação se fez a partir dele.

Quem quiser conferir a pérola, acesse: http://purasimpressoes.blogspot.com/ 

vale a pena.

um forte abraço e tenham um ótimo 2010.





um ano novo é como um filho que nasce. então há todo aquele cuidado: cortar o cordão, alimentá-lo, limpar a merda. e muito embora o tempo não pare, o ano pode morrer. e parece que em mim ele nasceu meio morto. aí chegam as pessoas e dizem: olha pro’s seus problemas, poeta... eles são tão pequenos. mas é que cada coração tem um tamanho. e cada corpo uma força. e eu sinto minha sombra um tanto mais arcada. sei lá se isso é cruz ou se é credo. o que sei é que não há segredo: minhas pernas doem. minhas costas doem. e às vezes bate uma vontade estranha de parar. não morrer, parar. é algo mais covarde que me doar à morte. e eu também não poderia me dar a esse luxo. não por mim, é claro. há gente que me ama (andando por aí). almejando mais tempo ao meu lado. e sinceramente... não sei me expressar quanto a isso. eu sei que é bom. e o que me dói mais é não achar tão bom assim. na verdade eu me sinto como uma prostituta que se faz de santa e horas mais tarde, volta ao metier. porque será assim quando eu terminar essa letra. ela sairá de mim em um parto de sangue e luz. mas o passo seguinte será o entrave: eu de cara com a vida e sem claridade. sem sangue. sem parto. só cuspe e úteros secos.




(mário liz)

3 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Você precisa
de uma pausa apenas...

Pois a faça.
E dela ressurja! : )

Um abraço
e feliz 2010,
doce de lira

Dani Pedroza disse...

Agora me diz, por onde começo? Pelo seu texto, pelos seus comentários, por sua conversa? Porque tudo faz parte de um todo só, mas as partes, cada uma delas é um mundo inteiro de possibilidades. Acho que vou lembrar da educação que minha mãe tentou me dar, aliás desconfio de que ela ainda não desistiu. Mães nunca desistem, não é mesmo? Acho que é por total falta de opção. Quem é que pode fugir (por muito tempo) de si mesmo? Você, poeta, pode?

Voltando à educação, acho que devo começar agradecendo. Poderia agradecer pelo seu (raro) "off", pelos elogios, pelo contexto em que vc inseriu minha sordidez, minha santidade, poderia agradecer pela deferência. Mas (e essa parte minha mãe não conseguiu me fazer aceitar), há coisas que não se agradece, não é mesmo? Ouço o povo dizendo que devíamos agradecer o nascer do sol, a flor se abrindo, a chuva caindo, agradecer por estarmos vivos. Mas será? Não sou muito de plantar os joelhos no chão e despejar palavras bonitas que mais adiante não passarão de promessas que nunca serão pagas. Algumas coisas são sim geniais, não pela complexidade, mas pela simples existência. E, por isso, não há forma melhor de retribuição que a simples existência. A magia da vida, da realidade, do existir.

Por tudo isso, eu poderia agradecer por tanta coisa, mas vou agradecer por uma só. Por vc existir. E nem falo do homem que acorda, dorme, cospe, anda, ama, morre. Por isso, há os que agradecem diariamente (ou mensalmente, pra ser menos otimista... rs... brincadeira). Agradeço pela existência daquele que alguns chamam de "eu lírico", falo da "entidade" que toma conta das suas mãos, da sua cabeça, do seu coração e da sua alma, aquela que crava um punhal no seu peito, abre uma brecha, enfia a mão lá dentro e joga tudo nas nossas caras (ou corações). Acabou de me ocorrer que ela (a entidade) muito bem poderia ser chamada de Jack, o Estripador... rs... é isso? sou péssima com nomes... rs.

Escrevi uma odisseia e não passei dos agradecimentos (ou ausência deles). Ai ai...

Falemos do conteúdo do post. Sabe o que eu acho? Algumas pessoas têm como sina sentir e pensar tudo, muito, ao mesmo tempo. É isso que as define (se é que pessoas têm definições). É esse seu maior encanto, é essa a sua perdição. Já carregou algo bem pesado por uma distância razoavelmente longa? No início parece muito pesado, no minuto seguinte parece que fica um pouco mais cômodo, mais adiante parece mais pesado do que era inicialmente. Não há o que fazer. É parar e descarregar. Daí, nós (os loucos) escrevemos, compomos, cantamos, tocamos, somos tocados. Melhor isso que sair por aí descarregando pentes em "cantoras" bregas, melhor ainda que frequentar shows dessas mesmas "cantoras" dançantes e berrantes (está certo, aí já é o cúmulo da insanidade... rs).

Unknown disse...

maaaaaaaaaaaaaaaaaaara !!
xokei poeta,muito bom !!

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).