quinta-feira, 31 de março de 2011

a vida é feita de várias mortes. minha morte em você, sua morte em mim. minha morte nos outros e mais outras mortes no infinito ciclo do fim. e as mortes apodrecem, fedem e depois beiram o esquecimento. outras, menos doídas, ganham o frescor da saudade. mas querendo ou não... tudo é morfina. tudo é a vacina de nos reconstruir: gozar e viver mais sete passos... cavar e esquecer mais sete palmos...

(mário liz)

terça-feira, 15 de março de 2011

- 17/06/1982 ... : - Presente!

eu não sei vomitar com calma. se quero calma, não quero vômito. se quero vômito, descarto o plácido. troco um soneto por suco gástrico. o amor assíduo, por ácido: o que corre são não está mais por mim. e em tudo há um tom de ladeira. tudo é à beira. e não existe querer... ainda que o bem-me-quer me queira. e não há o que curar... se todo fim é sempre uma queda. talvez aproveitar os 3 segundos: aqueles no ar, entre o chão e o inferno. depois, arrombar a porta... e dizer ao Diabo: - Pois é... não me chamou? Eu estou aqui...!
 


(mário liz)        

sábado, 12 de março de 2011

poema-sem-calma

ofegar. tremer. gaguejar. titubear. transpirar. gritar. emudecer. ruborizar. transtornar. transparecer. lacrimejar. verter. sangrar. não-estancar. entornar. enraivecer. vomitar. gritar. efervescer. ranger. esfolar. não-suportar. não-se-portar. surtar. morder. arranhar. enfurecer. pisar. espumar. convulsionar. explodir. esfarelar... e assoprar!

(mário liz)

quinta-feira, 3 de março de 2011

(...)


ser um poeta maldito é uma benção. bem-aventurados aqueles que o são. minha carne na fogueira, um poema desbocado. e a costumeira aflição: viver e querer, querer o que vier, não ter, não ser, não querer. estar onde o estrondo estiver. e no meio do caos, assoviar. e o aço virar um pedaço de céu. e a solidez da alma não passar de uma nuvem. uma coisa que vem e vai. e que morre orvalho na pele da planta... se o dia canta e a noite cai. e ser um poeta maldito é embrenhar na noite caída. e emprenhar essa luz com cheiro de morte. com toda a maldita loucura devida.


(mário liz)

quarta-feira, 2 de março de 2011

gato-do-asfalto


não posso morrer outra vez. há pouco perdi minhas 7 vidas. tentei hipotecar minh’alma para ter o direito de morrer novamente. mas o diabo é irredutível... e eu sou um péssimo negociante. então a mim, a partir de agora... resta apenas viver. viver esta última vez. caçar os meus ratos. andar pela noite. olhar para os lados ao atravessar a rua. e fazer o que mamãe sempre pediu: colocar minha vida nos trilhos... ainda que amarrada... a espera do Trem que a fulmine.



(mário liz)

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).