O Pão Ósseo de cada dia
(mário liz)
depois do braile, quando li teu corpo. manhã de neblina (e cafeína). cheiro de cigarro. e escarro na rima. no pós-palco do meu vício. aberta a minha cortina. cortadas as cores. e os sabores na retina. como quem reteve a saliva. que te lavo na cara. com sangue e resina. sem luz do sol no teto do mundo. e nem mesmo o pavio da parafina. para o fino da minha angústia. para o feno do meu prato. o pão ósseo de cada dia roído hoje. amém.
4 comentários:
que belo filme pra se ler numa segnda-feira... :) bravvvvo!!! <3
que cara de musica de zeca baleiro....
achei foda
devia musicar
Excelente, Mário!
Adoro
esse seu jeito
de escrever
poesia
como se prosa
ou
prosa
como se poesia...
Beijo doce de lira!
As imagens: Noite de sexo ou sexo pela manhã. Manhã nublada. Da janela, não se vê o sol encoberto pelas nuvens. Dia nebuloso. Vela acesa. Prato, pão, oração.
As sensações: Prazer, vício, paladar, angústia, fé.
Fé em quê? Pra que deus é enviada essa oração? Poderia bem ser ao deus do amor. Amém. Amem. É só uma questão de acentuação gráfica? Ou seria outro tipo de acento? Acento me remete a trono. Deuses reinam de cima de seus tronos. Não todos. Dizem que nos jardins há deuses. Nos jardins do mundo. Eles não devem ter tronos. Não devem nos olhar de cima. A perspectiva deve ser exatamente inversa. Devem estar colados aos nossos pés, olhando de baixo pra cima, observando quando baixamos o olhar, a cabeça, a guarda... "e isso o faz grandioso". Mas, espera, você estava falando de amor. Eu também, lembra? O tal deus pode ser de amor. Amem. Amém.
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