em tempos de cólera, manter-se calado é uma blindagem. e se a boca espumar, simplesmente apague a prosa, o verso, a canção... e se recolha. deixe a verborragia fluir apenas nos sentimentos que não tenham cerdas. o resto é hemorragia: o movimento desordenado do sangue. palavras tem esse peso... e para cada verbo de cicatrização há outros mil ecoando mágoas... uma câmara de eco com cheiro de câmara de gás.
(mário liz)
5 comentários:
A palavra rasga, há alguma que estanca. Mas poetar é viver mesmo a gotejar a própria seiva.
Ótimo texto!
"e para cada verbo de cicatrização há outros mil ecoando mágoas..."
Fato!
Gostei...
Já ouvi falar que o magistrado supremo é Deus, e que o juízo final caberá somente a Ele. Enquanto não nos chega o julgamento celestial, reflito que o maior julgador terreno dos nossos atos somos nós mesmos, e a martelada derradeira nos é concedida. Sempre iremos estar equivocados para alguém, sempre haverá alguém descontente conosco, qualquer ato é deletério a depender de quem o julgue. E nós??? Será que o que fazemos nos agrada??? Sentimos-nos plenos com nossos atos????
As palavras, imateriais, etéreas, internas, cortam mais que um caco velho de espelho... e curam mais que qualquer bandagem medica... é... deve-se ter mais receio por usar as palavras.
"manter-se calado é uma blindagem"
Meus aplausos!
Abraço,
Doce de Lira
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