segunda-feira, 20 de julho de 2009

Papel, Concreto, Traça e Vento



Papel, Concreto, Traça e Vento


aos amigos Roig e Adriano


(mário liz)

O arquiteto arca o tato em curvas de concreto. O poeta, menos discreto, não sabe se pisa no céu, se voa no teto. O arquiteto faz poesia em pilares. O poeta é bipolar: transtorna seu norte e foge pro sul à francesa. O arquiteto tira de dentro a beleza e contorna de cores as coisas que o mundo vomita pra fora. O outro é poeta: vomita o belo do preto com a tristeza que surge sem hora. O arquiteto faz setas. O poeta, facetas mil. Um mira moradas. O outro mira em si, mira só, mira o sal e o sangue que verte. O poeta não se diverte com gente... ele tem três cachorros. O arquiteto mora em seu esquadro, seu coração é um Picasso Azul. O poeta não tem braço, tem asa. O arquiteto não passa, compassa. E os dois são para a vida assim como qualquer pessoa. Pois verso e papel são ceias da traça. E não há concreto que o tempo não corroa.


6 comentários:

Bruna disse...

"E não há concreto que o tempo não corroa..." Lindo Mario! faz poesia a´té de concreto! :)

Beijos

ilana disse...

Uouuuu...
Simplesmente maravilhoso...
Vc está como vinho...cada dia que passa melhor nas suas poesias...
Te admiro muitooo...
Bjus migo...
Adoro vc!!!!!

rodrigo roig disse...

maravilhoso meu amigo!
assim como a arquitetura é a poesia do concreto, das linhas, das formas, a poesia é a arquitetura das letras, o concreto do abstrato pensamento!
parabens... a todas as formas de artes que enchem e concretizam nossas emoções! com elas nossas vidas são menos cinza!

Roig e Donati arquitetura e design -
construindo melhor o mundo!

foi mal a propaganda ai!

Mário Liz disse...

arte que te abriga arte que te habita

arte que te falta arte que te imita

arte que te modela arte que te medita

arte que te mora arte que te mura

arte que te todo arte que te parte

arte que te torto ARTE QUE TE TURA

(LEMINSK)

gaijin dame disse...

lisonjeeis... ele me dizia... afagos no ego... que inveja destas pessoas que mereceram estas palavras... se realmente são assim, parecem que encontraram a razão para se morrer em paz...

Andréa Balsan disse...

o que acaba primeiro: a obra de concreto, aço e milhões de cálculos ou o poema escrito a pressa em um guardanapo em uma mesa de bar?


adorei o poema... eu no lugar de seus amigos estaria pulando de felicidade
beijos

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).