nem caminhos, nem estrada... nem nada. é só uma alma velha... e bastante enferrujada. um metal poroso... oxidado. e é bem estranho oxidar: uma reação com o oxigênio (logo ele... que é tão vital). é como dizer: o que me alimenta é o que carcome. e é uma pena que isto também valha para o amor e quaisquer outros sentimentos. somos frágeis e basta uma brisa para ruir o que nos mantém. a mesma brisa que acalenta a pele ao fim de todas as tardes... muda a poeira de lugar e tem a mania de tecer montanhas com a carne morta de outras pedras. e eu sinto este vento me lapidar... e carregar alguns nacos da minha vida para outra escultura. confesso que seria interessante ver um pedaço de mim nos átrios de outra pessoa. mas, sentir a vida se perdendo diante dos meus olhos, do meu corpo e da minha alma enferrujada... isto não é nada confortável.
(mário liz)
Um comentário:
Nem caminho, nem estrada. Nem alma, nem carne. Nem brisa, nem vento. Nem amor, nem oxigênio... não nos resta nada. Nem nada.
Cálido e triste. Como um fim que ainda não veio.
... amo você.
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