por onde passo (desfaço) flores. piso na merda porque não saio da lua. não olho pro chão. é difícil fitar na vida, se ela vem de frente na cara. e é com a cara de quem não olha pra vida, que eu às vezes mato a poesia do meu coração. mato-sem-querer-matar. quase como um menino, que mata formigas. a minha sorte é que certas coisas não morrem. ou morrem tão depressa que beiram o quase-nascer. então, bendita seja a mágoa que morreu desse jeito. ou a poesia que eu matei, mas re-brotou em mim. e isso, de insurgir renascida, faz da ventura o ópio da vida. e não há opinião sem ópio. nem papoulas felizes sem uma carne doente que as deseje. é por isso que eu desejo sal nas feridas. pra depois... um anestésico qualquer me deixar intenso o bastante pra escrever de novo.
mário liz
mário liz
4 comentários:
Já te disse que você é foda né?
No words!
admito que tive que ler duas vezes para captar uma parte importante do poema. qndo vc se compara um menino que mata formigas. a primeira vez eu não pensei na morte sem querer, de alguém que pisa... imaginei um menino malvado que pega a sua lupa e a usa contra o sol para matar os pobres bichos.... daí o poema teve um sentido muito mais violento... e saiu do talvez contexto que vc quis dar... mas já que podemos interpretar um poema de formas diversas, admito que ficou forte, acido... mais do que outros poemas seus...
A-DO-REI
beijos
Foi um desabafo intenso, ácido, porém senti muita verdade e vontade de expor o que há "ai" por dentro.
Xero!
o ser humano e suas infinitas feituras de merda. A merda é feita, consolidada... e depois a dor nos consome. Munidos desta dor, procuramos nosso ópio: sonhar, rezar, embriagar, evadir... são estes verbos que fazem o que realmente somos. Eu penso que o ser humano se mostra "cru" quando é tomado veementemente pela dor, seja ela apresentada em qualquer aspecto.
Como poeta, uso este reflexo da dor para captar minhas impressões ante ao mundo.
Por isso eu preciso sentí-la, para depois anestesiá-la em poesia.
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