soneto
(mário liz)
contigo não contenho a sede tanta,
que me desperta o amor na terra incerta.
e até o sol, n'ardência que deserta;
contigo é luz que pulsa e me quebranta.
e o teu olhar é feito a porta aberta,
que quando caio – em versos me levanta.
fechada a tua porta ainda encanta,
pois ao teu lado o que desfaz, liberta.
e mesmo quando estás assim, distante,
de longe a tua voz se funde ao canto
que canto em mim, se a minha dor me cala.
mas quando a noite vem e vem vibrante.
e tu estás comigo, o nosso espanto:
é só parar se o dia invade a sala.
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Quem sou eu
- Mário Liz
- Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
- Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).
13 comentários:
tem que eu não leio um soneto... legal, eu gostei
lembrei de duas coisas qndo eu lia:
1 - escola
2 - Vinicius de Moraes
e eu gostei do poema em si, bonito, leve... e tem um leve sexo... de verdade nesse poema vc não trepa, vc faz amor...
beijos
Belíssimo soneto! Cada vez melhor, escreve este nosso poeta enamorado! Meus parabéns.
Thai aki em cima, saiu anônimo ¬¬
soneto ... a mais bela das prisões literárias. O Difícil é deixar fluir a normalidade poética no meio de tantas métricas e rimas.
de maneira alguma é minha especialidade. foi apenas uma diversão ... (que tão já não irá se repetir ...rs)
Por que quem visita o meiomarmeiorio sempre volta (visão imparcial de uma namorada babona...rs):
- os textos não são repetitivos (encontramos política, humor, variedades...)
- dá pra descobrir muito sobre o autor através de sua obra!
- sempre tem um trocadAlho pra descontrair
- existe um cuidado em relação ao layout do blog e as imagens escolhidas.
- não encontramos erros de ortografia... rs
- as atualizações não são programadas, mas sempre tem uma novidade para os leitores.
-vezenquando ele nos presenteia : esse soneto... de uma leveza só. Tão delicadinho!
PS.: Com você a vida fica mais leve, meu Poeta... meu Amor. Te amo.
Adoro o que você escreve, porque é sempre sincero. Principalmente quando fala de Amor.
Profundo, apaixonante, apaixonado e perfeito!
Gosto de sonetos e um amigo, certa vez, disse que há aí mais uma de minhas contradições. De acordo com ele, eu as coleciono. Injustiça, óbvio. O que alguns chamam de contradições eu chamo simplesmente de sentir. Quem sente, sente tudo, sente ao mesmo tempo, sente desordenadamente. O sentir não é passível de limitações, de estabelecimento de conceitos. Como detemrinar, então, o que é oposto ao quê?
Mas, voltando ao assunto, eu não vejo mesmo a arte como uma ciência. Não acho que arte combina com observação de regras, normas, medidas. A "minha" arte é essencialmente livre. E eu gosto ou não por instinto. Daí a suposta contradição na minha simpatia por sonetos. Só que também não gosto do que está na moda, "in", em alta. Sonetos não estão estampados em coletâneas dos "poetas da moda", sonetos não vivem aparecendo nos blogs de poesia, sonetos se mantiveram meio que num tempo distante. Talvez por isso mantiveram sua essência. Essencialmente imaculados. Gosto disso. E esse meu gostar não me parece contraditório com o meu gostar da liberdade. Mas se parecer também, tudo bem... rs.
Outra coisa da qual gosto. O amor sedento, o amor que deseja, que consome, que absorve. O amor que acontece. Porque a promessa tem aquela riqueza do mundo imaginário, a beleza do que está por vir. Mas a angústia da incerteza, a intangibilidade do amanhã. O que se realiza não mata os sonhos, muito pelo contrário, os alimenta. O que se realiza nos alimenta de vida e, no caso, do outro.
Está vendo? Você tinha razão. Não sei se é uma característica feminina, mas eu sim. Viajo que me perco nas palavras. É porque as focas esperam os seus peixes e eu, os meus... rs.
Bjs !!!
Uma janela ensolarada é sempre um alento.
Independente do que há dentro de nós, o alento da luz está à disposição.
Concordo plenamente no que escreveu a respeito das cidades interioranas. Costumo dizer que ninguém entende o que é morar numa cidade de 30 mil habitantes se nunca passou por isso. É uma experiência de certa forma mais enriquecedora do que morar em cidades medianas ou em grandes centros. Na cidade grande vc até tem que enfrentar algumas questões meio complexas, como preservar o seu próprio tempo de vida no meio da correria do mundo lá fora e manter sua identidade mesmo sendo mais um entre milhões. Mas as questões existenciais numa cidadezinha do interior são mais profundas e complicadas. A intimidade com os outros pode ser opressora, se vc não tomar cuidado é asfixiado por uma velhinha simpática com um enorme e doce sorriso nos rosto. Ademais, num lugar desses vc tem a oportunidade de conviver bem mais próximo de vc mesmo e isso pode ser libertador ou terrivelmente angustiante. Às vezes, é as duas coisas... AO MESMO TEMPO.
Coincidentemente, ando com todas essas questões na cabeça. Estou justamente preparando minha mudança. Saí do Rio pro interior do Ceará e agora estou voltando pra casa. Idas e vindas nunca foram problema pra mim, muito pelo contrário, mas a enorme diferença de um lugar pro outro tem me rendido horas de divagações. Já deu pra notar essa minha tendência de viajar, né? Literalmente ou não... rs.
Viver é mesmo uma mágica estranha e intensa. E eu sou uma confessa apixonada pela vida e pelas pessoas. Esses são invariavelmente os temas de meus textos, meus devaneios, meu olhar. Lembro de uma temporada que passei morando aí, em MG, às vezes me pegava observando o "way of life" mineiro. Gosto de reparar nessas sutilezas de cada lugar onde passo um tempo, se cada pessoa é um mundo, imagina uma região. Costumes, sensações, concepções de vida. Mas não provei o pastel de milho... aff...
Quanto à falta de conexão, falando isso justamente pra mim? Eu que escrevo pra me achar e acabo me perdendo, só pra continuar na brincadeira... rs.
P.S.: Respondi a primeira versão do seu comentário. Tenho uma certa simpatia pelas primeiras impressões, costumam ser mais genuínas... rs. Bjs.
sedento! :)
Bonito soneto!
"canto
que canto em mim,
se a minha dor me cala."
Tomarei a liberdade
de incluir seu espaço
entre minhas
"delícias alheias".
Um beijo,
doce de lira
"e mesmo quando estás assim, distante,
de longe a tua voz se funde ao canto
que canto em mim, se a minha dor me cala."
lindo!
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