sou como uma pedra de carne que pulsa. uma pedra de carne que pensa. uma pedra de carne que ama. sou meio bicho do mato. meio bicho das luzes. sou sempre meio bicho de qualquer lugar. sou quase tudo. quase tanto. quase céu. quase mundo. sou também o desmando que brota da vida. a falha da previsão. a angústia. o apuro. o sangue que me corta em nervuras. que vive em fervura e flui a gritar. que às vezes me corta o marasmo em tom de milagre. ou me azeda num balde de gelo e vinagre a brindar. sou espinho de flor que fere o dedo de quem se aproxima. mas sou a rima que beija a palavra do que se faz amar. sou armadilha de mel e cicuta. de olhar e escutas. de cataclismas e cata-ventos. de caviares em cálices bentos. sou ar. sou vento. a paixão. o movimento do fato e da cisma. sou cosmo. sou pasmo. sou cuspe e carisma. o espasmo do tapa... uma Lapa no Rio. o fio do sonho e da terra. sou torre. sou rei. sou peão. sou branco. sou preto. sou pardo: ardo em meu coração.
(mário liz)
(mário liz)
3 comentários:
Soa como algo tão meu... Nem há o que dizer, foi pessoal.
e os montes de cacos de quase tudo. de quase todos. de quase sempre.
não seria esse aquele poema esquizofrênico?
sim ... é ele mesmo .....rs
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