terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

sou como uma pedra de carne que pulsa. uma pedra de carne que pensa. uma pedra de carne que ama. sou meio bicho do mato. meio bicho das luzes. sou sempre meio bicho de qualquer lugar. sou quase tudo. quase tanto. quase céu. quase mundo. sou também o desmando que brota da vida. a falha da previsão. a angústia. o apuro. o sangue que me corta em nervuras. que vive em fervura e flui a gritar. que às vezes me corta o marasmo em tom de milagre. ou me azeda num balde de gelo e vinagre a brindar. sou espinho de flor que fere o dedo de quem se aproxima. mas sou a rima que beija a palavra do que se faz amar. sou armadilha de mel e cicuta. de olhar e escutas. de cataclismas e cata-ventos. de caviares em cálices bentos. sou ar. sou vento. a paixão. o movimento do fato e da cisma. sou cosmo. sou pasmo. sou cuspe e carisma. o espasmo do tapa... uma Lapa no Rio. o fio do sonho e da terra. sou torre. sou rei. sou peão. sou branco. sou preto. sou pardo: ardo em meu coração.

(mário liz)

3 comentários:

Janaína disse...

Soa como algo tão meu... Nem há o que dizer, foi pessoal.

Flora disse...

e os montes de cacos de quase tudo. de quase todos. de quase sempre.

não seria esse aquele poema esquizofrênico?

Mário Liz disse...

sim ... é ele mesmo .....rs

Quem sou eu

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Pouso Alegre, Minas Gerais -, Brazil
Redator Publicitário e Planejamento Estratégico da Cartoon Publicidade, graduado em Publicidade e Propaganda pela UNIVAS. Bacharel em Direito, graduado pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Roteirista do projeto multimídia E-URBANO1 e E-URBANO2, pela UNIVAS E UNICAMP. Ganhador do concurso nacional de redação de 2006 (MEC E FOLHA DIRIGIDA-RJ), onde superou mais de 37.000 concorrentes. Ganhador do Concurso de Redação da UFSCAR, em 2006. Colaborador da Revista Reuni. Tem publicações na revista científica RUA (UNICAMP) e no LIVRO DIGITAL DE 2011 (UNICAMP).